sábado, 19 de dezembro de 2015

krishna

"eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores: é um luxo imperial. mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. não há pigmentos. o que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. o pavão é um arco-íris de plumas.
eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. de água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim, existem apenas meus olhos, recebendo a luz de teu olhar. ele me cobre de glórias e me faz magnífico".