quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Trança a tua tristeza, menina...



















“Minha avó me dizia: quando te sintas triste, menina, entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto somente quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.

Que não te apanhe desprevenida a melancolia, minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. 

Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.

E na manhã, ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos"… 

(Historia contada pelas ‘abuelas’ da Nicaragua, registrada pela antropóloga Paola Klug)

Um comentário:

Verônica disse...

Seguirei o conselho.
Obrigada.