“Minha avó me
dizia: quando te sintas triste, menina, entrança o cabelo, prende a dor na
madeixa e deixa escapar o cabelo solto somente quando o vento do norte sopre
com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as
raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia, minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo.
Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua
tristeza.
E na manhã, ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos"…
(Historia contada pelas ‘abuelas’ da Nicaragua, registrada pela antropóloga Paola Klug)
Um comentário:
Seguirei o conselho.
Obrigada.
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